Por William Puntschart
Ao longo da década de 30, inicia-se o processo de enraizamento de japoneses na cidade. Isso de acordo com o Álbum de fotos de famílias, publicado em 1978, por ocasião dos 70 anos da imigração para o Brasil, cedido por Kasue Murakami Polizel.
De acordo com essa documentação, Meitoko Shimaburro e a senhora Tsuru formam o primeiro casal a se estabelecer em Mauá, em meados dos anos 30. Nessa época, também chegaram os membros da família de Taijé Kanashiro e o senhor Tamanaha, primeiro japonês a adquirir propriedades na região da estação ferroviária.
No decorrer das décadas seguintes, aqui se fixaram, entre outros, as famílias de Hirose e de Uematsu, em áreas do atual Guapituba, e de Chiack Kuwahara, cujas terras, devido à evolução urbana, dariam origem ao atual Quarto Centenário.
Mais tarde, chegariam os Nakamatsu, o senhor Hironda Hiaki e o senhor Isamu Sasaki, cuja família, após permanecer cerca de dez anos em Ribeirão Pires, enraizaria-se em Mauá a partir de 1946.
Desde então, esses imigrantes da terra do sol nascente, seus descendentes nisseis e sanseis, têm contribuído para o desenvolvimento da cidade, exercendo atividades agrícolas, comerciais e industriais. Concomitantemente, difundem seus princípios e valores, tais como a crença segundo a qual a persistência e a disciplina são virtudes a serem praticadas diariamente e a busca cotidiana da harmonia interior e exterior, em especial com a natureza, tesouro universal que devemos preservar.
Com o intuito de manter a sua identidade cultural, a colônia japonesa ainda fundou, na cidade, duas importantes associações. A primeira, em 16 de julho de 1959, intitulada Associação Cultural Esportiva Nippo-brasileira. A segunda, em 31 de julho de 1961, denominada Associação Esportiva Cultural Nippo-brasileira da Pedreira. Não obstante, seus membros participam ativamente da Comissão de Hasami, cidade irmã de Mauá, viabilizando, dessa forma, projetos de intercâmbio cultural entre os dois municípios.