Faça uma leitura crítica do texto abaixo publicado em 3 de agosto de 1978 no jornal A Voz de Ribeirão Pires.
"A paineira não será derrubada". Essa informação do prefeito Dorival Rezende, em relação a tradicional paineira existente na esquina da avenida Barão de Mauá com a Rua Enio Brancalion, tranquiliza a todos que temiam pela sorte da árvore, após o início da demolição do antigo e desgastado prédio que foi a primeira escola de Mauá, e ultimamente vinha sendo ocupada indevidamente por famílias abandonadas, e alguns marginais, numa promiscuidade digna de piedade.
Naquele prédio funcionou o Grupo Escolar Visconde de Mauá, e posteriormente o Ginásio Estadual de Mauá, que hoje formam o EEPG "Visconde de Mauá, o "Viscondinho", da rua Santos Dumont, esquina com a rua General Osório. O antigo Curso Primário, transferiu-se para esse endereço em 1955, e o antigo Ginásio, em 1957. O casarão foi desapropriado recentemente pela Prefeitura, para que nele fosse construída a "Casa da Cultura", segundo um projeto de lei do ex-vereador João Sérgio Rimazza. Posteriormente, cogitou-se de construir no local o Teatro Municipal, que tornou-se, porém, inviável e será construído, há longo prazo, em outra área. Quando operários da Prefeitura começaram a demolir o velho casarão nasceu a preocupação com relação a paineira, e não poucas pessoas se perguntaram qual o destino de uma das poucas tradições do município.
Especulava-se sobre a abertura da rua Enio Brancalion, ponto obrigatório de ligação entre o futuro Viaduto da Saudade e a Avenida Marginal. Muitos temiam que a abertura dessa rua abrigasse a Prefeitura a derrubar a árvore. e outros sugeriam que se construísse uma pracinha, onde a paineira poderia permanecera Os vizinhos, embora aliviados pelo fim da habitação clandestina que ali existia, produzindo mau cheiro. proliferação de insetos e animais nocivos, e problemas de segurança, lamentam que o casarão. uma relíquia histórica, seja demolido. Os trabalhadores não aguentam o mau cheiro, deixado por famílias inteiras com crianças que desconheciam as mais elementares regras de higiene, e satisfaziam suas necessidades fisiológicas pelas salas onde antigamente funcionavam salas de aulas. O prefeito Dorival Rezende, perguntado, informou que futuramente será mesmo construída a Casa da Cultura, embora ainda não haja um estudo mais pormenorizado nesse sentido, No momento, trata-se apenas de uma medida saneadora, livrando a cidade de um possível foco de marginais. Por outro la-do, informa o prefeito que o objetivo era recuperar o prédio o que, porém, tornou-se impossível já que as estruturas estão carcomidas.