Renato Alencar Dotta
Egmond Gerd Fink, presidente da Comissão Pró emancipação no inicio dos anos 50 foi o principal líder autonomista de Mauá, Mas nunca conseguiu o reconhecimento que esperava quando se candidatou a cargos políticos. Filho de um suíço com uma brasileira, Fink nasceu na capital paulista, a 25 de maio de 1916 e morreu no ostracismo, na cidade de Amparo, no interior de São Paulo, em julho de 2004
Engenheiro eletricista, ele chegou a Mauá em 1939, como inspetor de materiais da Light, empresa que comprava seus isoladores elétricos na Cerâmica Cerqueira Leite. Em 1941, casou-se com Gerty, cunhada do proprietário da cerâmica. Pouco depois, tornou-se empregado da fábrica.
Fink ingressou na Sociedade Amigos do Distrito de Mauá no fim da década de 40.
Em 1952, criou, com outras figuras importantes da cidade, a Comissão Pró-Emancipação.
Como presidente eleito da Comissão, ele divulgou o ideal autonomista nas páginas da Folha de Mauá, órgão oficial da sociedade. Em entrevista ao jornalista Ademir Médici em 1997, Fink afirmou que, na luta autonomista, chegou a negociar com seu patrão, José Cândido Cerqueira Leite, para ir à Assembléia Legislativa em busca de deputados favoráveis à autonomia de Mauá, o que só possível em horário de trabalho.
Com a Emancipação da cidade, após o plebiscito realizado em 22 de novembro de 1953, o líder autonomista acreditou que poderia ser escolhido prefeito na primeira eleição municipal da cidade, 1954, pelo Partido Social Progressista (PSP), de Adhemar de Barros, Mas perdeu para Ênio Brancalion. Na eleição seguinte lançou-se candidato a vice prefeito, também sem êxito, na chapa encabeçada por Cícero de Campos Povoa.
Desgostoso, ele abandonou a política e, anos depois, mudou-se definitivamente de Mauá para Amparo, onde fixou residência a partir de 1975.
Por triste ironia, Egmond Fink faleceu poucos meses antes do cinquentenário do plebiscito pelo qual tanto lutou e, a cujo resultado, todos os mauaenses são devedores.