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Presença feminina nas fábricas de porcelana

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Década de 30: trabalhadoras da fábrica de louças João Jorge Figueiredo



Por William Puntschart

 

Estudar a presença feminina no cotidiano das indústrias estabelecidas na cidade, desde o início do século passado, não é tarefa fácil. Principalmente porque, exceto os depoimentos de ex-trabalhadoras com seus papéis particulares, pouca documentação restou para pesquisa.

Com relação às ex-trabalhadoras em porcelana, por exemplo, contamos com as fichas existentes no sindicato da categoria. A partir desses registros, elaboramos o quadro, que está neste artigo, referente à atuação feminina na Porcelana Mauá.

Mesmo sendo uma pequena amostra do universo estudado, pelo menos duas observações podem ser feitas. Em primeiro lugar, a existência de uma divisão sexual do trabalho, sendo as mulheres responsáveis pela execução de funções específicas na linha de produção, tais como pintora, envernizadora, empacotadora, escolhedora e filetadora. Em segundo lugar, o significativo número de adolescentes entre as trabalhadoras, cujos pais eram os beneficiários dos salários.

Também é importante destacar que a história da inserção das mulheres no processo de industrialização da cidade é constituída e constituinte de relações sociais de poder. Assim, de um lado, lutavam cotidianamente contra a mentalidade da época, segundo a qual o trabalho feminino fora de casa, além de destruir a família, desamparava os filhos. De outro, com o desafio de superar a discriminação, buscavam ocupar espaços no mercado de trabalho definido e controlado pelos homens.

Gomo se vê, o tema proposto merece estudos específicos e mais aprofundados, capazes de responder, entre outras questões, perguntas sobre de que forma as mulheres assimilaram e aplicaram a cultura operária? Quais direitos trabalhistas conquistaram e de que maneira participaram desse processo?

Gomo interagiam com outros trabalhadores? De que maneira romperam com a mentalidade da época, redefinindo seu papel social, profissional, sexual, pessoal e familiar?

Em resposta a essas perguntas, o leitor pode consultar diversas obras. Entre outras, indicamos as seguintes: As mulheres, o Poder e a Família, de Eni Samara de Mesquita, editora Marco Zero; Mulheres Trabalhadoras Presença Feminina na Constituição, Fabrilde Maria Valeria Pena, pela Paz e Terra; Mulheres e Menores no Trabalho Industrial, de Esmeralda de Moura, Editora Vozes, e também História das Mulheres no Brasil, editado pela Contexto e organizado por Mary Del Priore, prêmio Jaboti de 1998.


 

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