Por William Puntschart
A seguir, apresentamos um breve resumo, em tópicos, de parte do processo de industrialização ocorrido em Mauá.
Cerâmica Morelli:
Sócios: Bernardo Morelli e Emigdio Perrela (gerente).
Abertura: 1904. Em 1910 já tinha 70 operários. Encerramento: 1916
Artigos produzidos: Tijolos “furados”, semelhantes aos atuais Baianos e, também, telhas tipo canoinhas.
Observações: Bernardo Morelli é considerado o primeiro empresário a propor um plano de urbanização na cidade, intitulado Centro Industrial do Pilar.
Viúva Grande c Filhos: (Fábrica Grande)
Sócios: Adélia e Olga Grande. Emílio Pasianot: técnico químico.
Abertura: 1916, ano do primeiro imposto pago à Prefeitura de São Bernardo.
Encerramento: 1964. Em 1924, foi a Ia na arrecadação municipal e, em 1936, contava com 80 funcionários. Artigos Produzidos: Louças domésticas, adornos, peças para floricultura.
Tigelas de vários tipos e tamanhos, travessas, pratos, canecas e xícaras. Material refratário em geral.
Observações: Ao longo do tempo, recebeu diferentes denominações.
Foi chamada de Companhia Industrial do Pilar, Com. e Ind.; João Jorge Figueiredo; Luso Brasileira e Miranda Coelho.
Fábrica de Louças de Pó de Pedras Paulistana (Paulista ou Fabriquinha):
Sócios: Rogério Manetti, José Pedotti e Luis Torighelli. Abertura: 1923.
Em 1937, tinha 4 pavilhões e 80 operários. Encerramento: 1965. Chegou a produzir cerca de 20 mil pratos por dia. Artigos Produzidos: Louças domésticas, adornos, peças para floricultura e avicultura. Aparelhos de jantar, chá, café e bolo. Porcelana lisa doméstica para hotéis (sanitários e lavatórios).
Observações: A partir de 1943, denomina-se Companhia Cerâmica Mauá S.A.. A empresa também construiu o tanque da Paulista, útil no seu processo de produção.
Fábrica Nacional de Artefatos de Porcelana Brasilusa:
Proprietário: Antônio Garcia Vilella Abertura: 1925 Encerramento: 1937
Artigos Produzidos: Tijolos refratários, artigos em terracota e isoladores de porcelana.
Observações: Vendida, em 1937, para José Cândido Cerqueira Leite.
Cerâmica Santa Helena:
Sócios: João Gomes e os irmãos Guerino e João Chiarotti Abertura: 1935
Encerramento: 1954 (vendida) 1956 (fechada).
Artigos Produzidos: Vasos, estatuetas e diferentes objetos em terracota.
Observações: Com dez operários no início, sua linha de produção contou com 40 profissionais.
Porcelana Mauá:
Proprietário: Fritz Erwin Schmidt, mais tarde participaria da fundação da Porcelana Real.
Abertura: 1937, com capital inicial de Cr$ 450.000. Encerramento: 1968.
Artigos Produzidos: Aparelhos de chá, café e bolo. Porcelana lisa doméstica para hotéis, vasos e bibelôs, além de artigos para indústrias, farmácias e laboratórios.
Pioneira no ramo de porcelana fina no Brasil.
Cerâmica Cerqueira Leite:
Proprietário: José Cândido Cerqueira Leite.
Abertura: 1937.
Adquirida de Antônio Garcia Vilella por 240 contos de réis.
Encerramento: 1970.
Artigos Produzidos: Na década de 50, foi considerada a maior empresa de isoladores na América do Sul, fornecendo seus produtos para as eletrificações das estradas de ferro, parques industriais, além da Barragem do São Francisco.
Observações: Oferecia aos seus cerca de 300 funcionários e dependentes assistência médica, por meio do Dr. Radamés Nardini, além de escola primária e cursos profissionalizantes.
Porcelana Real:
Sócios: Arthur Leopoldo Schmidt (presidente), Harry Arno Schmidt (gerente) e Alfredo Schmidt (diretor-técnico) Abertura: 1943.
Encerramento: A partir de 1972, denomina-se Porcelana Schmidt S\A.
Artigos Produzidos: Aparelhos de jantar, chá e café. Jogos para bolo, frios e saladas. Artigos para hotéis e similares, vasos, objetos de adorno e refratários para fornos. Observações: Exportava sua produção para Dinamarca, Noruega, Finlândia, Venezuela e África do Sul, entre outros, além de fornecedora a todas Embaixadas Brasileiras no exterior, Disneylândia, Prefeitura de Nova Iorque e Marinha norte-americana.