Muita gente desconhece os milhares de problemas enfrentados pelos feirantes, a fim de que na mesa do cidadão de Mauá, não falte os melhores quitutes e os melhores produtos, não bastasse o serviço prestados debaixo de um sol causticante, teríamos que citar ainda o fato de começarem os feirantes a jornada de trabalho às 20 horas de um dia, para instalar a feira no dia subsequente alta madrugada, enquanto a cidade dorme, enquanto os munícipes gozam as delicias de um sono reparador, o feirante esse herói anônimo do município vem das mais distantes praças nos mais diferentes meios de transporte procurando o lugar certo para armar a barraca e oferecer ao povo o produto do seu suor ou então adquirido nos grandes centros de abastecimento de São Paulo, É uma luta incessante e diária, é uma luta sem quartel para que não falte alimento ao povo.
Em Mauá temos feira a semana inteira, chuva, vento, sol, neblina, falta de luz, falta de recursos, nada disso impede o feirante de de instalar com sua barraca, atendendo solicitamente os compradores diários, tendo na maioria das vezes um lucro ínfimo, irrisório mesmo, com a venda dos seus produtos.
Essa luta, esse trabalho árduo, precisa ser reconhecido pelas autoridades do município é necessário que o prefeito atual, ou o sr. Élio Bernardi que será o futuro prefeito, providenciem os melhoramentos necessários nas ruas onde se instalam as feiras, Não é possível ao feirante colaborar com o Serviço de Saúde, quando não tem as mínimas condições exigidas para instalar sua barraca, principalmente nos dias de chuva. Na estação chuvosa, transformam-se os feirantes em verdadeiros malabaristas para poderem atender o povo, Barro e água penetram nas barracas, provindo disso várias enfermidades, tais como reumatismo friagem, gripe e outras sem que as autoridades municipais tomem uma providência para sanar o mal.
Somente a rua General Osório oferece condições para os feirantes, conforme se verifica no flagrante muito bem apanhado de nosso fotografo, que dá bem uma ideia da extensão da feira de Mauá que se prolonga por mais de 500 metros na Rua General Osório todas as dificuldades dos feirantes de Mauá fizeram com que nossa reportagem os julgasse os "Heróis anônimos da cidade" Título que demos ao nosso texto.
A Pauliceia, 25 de dezembro de 1966