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Tanque da Paulista em 1930

De Pilar à Mauá: história da cidade que passou ...

Mauá: a história de bairro em bairro

Texto de Severino Correia Dias, 

Professor de História.

 

A formação das cidades brasileiras teve seu inicio há mais de quinhentos, quando os exploradores portugueses começaram a chegar ao Brasil.

 

E foi um longo período que se confunde com o desenvolvimento econômico de Mauá, pois os primeiros moradores que povoaram (Caguaçu) Mauá viam a possibilidade de extrair da terra, as riquezas tais como: Eucalipto (Extração para os fornos das fábricas no inicio de século passado), Pedras uma das economias mais antigas de Mauá. Famílias inteiras oriundas de várias regiões da Europa (Itália, Portugal, Alemanha...) do Brasil, e do interior paulista. Este grupo vai forjar os bairros de Mauá, com suas idéias crenças, no qual irão surgir lideranças locais, com propósitos de melhorias para as comunidades. 

 

. A interação entre poder público e sociedade Civil faz com que descobrimos a importância dos bairros. Na formação de uma cidade, eles são de suma importância para a sociedade.

 

Vila Bocaína primeiro loteamento da cidade. Em 1.922, a empresa Pacheco, Schimidit e Vitorino loteou a Antiga Fazenda Bocaína. A partir destes lotes surgi à comunidade Zaíra, (antigo Corumbê) que segundo dicionário da língua Tupi de Gonçalves Dias, Corumbê ou Coryb significa “alegrar-se”.

 

No final da década de 40, todo Sítio Bocaína, exatamente 4.284.860 m², pertencente a João Jorge Figueiredo, adquirido pela família Sadek, cujos irmãos e sócios liderados por Chafik Mansur Sadek, ali iniciaram um loteamento popular, constituído de unidades que variavam de 2000 a 300 m². De acordo, decidiram também homenagear a matriarca da família, nomeando o loteamento como Zaira Mansur Sadek, (Zaira sem acento popularmente designado Zaíra). E assim estas terras iram desenvolver as necessidades básicas de um bairro popular. Nomes como Carmem Edwigens Savietto, no qual no ano de 1.947 representava Mauá, se candidatando ao cargo de vereadora por Santo André, cujo candidato a prefeitura era Armando Mazzo (Armando Mazzo, foi o 1° comunista a “exercer” o executivo no Brasil). Mauá ainda dependia de subsídios de Santo André. Carmem também procurou melhorias para São Caetano, uma vez que São Caetano estava em processo de emancipação. (24 de Outubro de 1.948), Carmem faz parte dos primeiros movimentos em Corumbê (Atual Zaira). Outro movimento de relevância social Foi a Sociedade de Amigos de Bairro (SAB), surgidos em Belo Horizonte no ano inicio da década de 60, com finalidades de auxiliar os bairros periféricos das grandes cidades do Brasil no qual Zaira estava inserida. Nomes como Olivier Negri, J.J. Oliveira, Maria Marcelina da Silva irão manter a relação entre poder público e a sociedade civil para uma melhoria local. Assim surge a Sociedade de amigos de bairro Jardim Zaira e Circunvizinhos o SABAJAZAC.

 

 A antiga Fazenda Feital pertencia a Pedro Branco da Silva que adquiriu uma gleba com área aproximadamente de 64 alqueires no Sitio Feital, em 1.888 onde passou a residir. Pedro Branco da Silva e seus filhos dedicavam-se à exploração de madeira (atividade comum para época, há dois anos antes de adquirir estas terras houve em Pilar um movimento, quando os primeiros lenhadores se organizaram para conseguir melhores preços e condições de vida e transporte) como atividade principal era à agricultura, pra subsistência.

Em 1.905, Pedro Branco da Silva adquiriu o sítio Pavoeiro, com área de 50 alqueires, atualmente denominado Jardim Mauá. E outros bairros começam a surgi em Mauá. Uma das filhas de Pedro Branco da Silva Benedita Branco da Veiga inicia o loteamento em 1° de Agosto de 1.962. O número de processo 378/58. Alvará 1.052. Já em 1.960 pelo menos duas grandes indústrias de porcelanas Mizuno e Kojima se fixam nos bairros adjacentes. Desenvolvendo assim a economia local.

 

Os Irmãos Prados foram os antigos proprietários do bairro Parque das Américas, iniciando-se na década de 50, em uma área de 70 alqueires. Os representantes dos Prados foram João Caputo e um pouco depois João Batista que era Advogado. Está comunidade é a 2° em população de Mauá, surgi na sociedade à necessidade de uma paróquia para as rezas e novena s do povo local. Os moradores saiam até o centro para suas preces.

Monsenhor Alexandre Arminas, era muito importante nesta comunidade. Muitos dos moradores são migrantes de várias regiões do Brasil e do ABC. O bairro é completamente desenvolvido em torno da Igreja São Felipe, é através da comunidade surgiram bairros adjacentes tais como: Santa Rosa de Lima, que formou o bairro Santa Rosa, Santíssima Trindade e Santa Cruz, que ajudaram o Jardim Flórida, a de Nossa Senhora de Fátima, que ajudou a forma a Vila Clara e comunidade Santa Lídia.

 

O parque das Américas tem seu padroeiro São Felipe em homenagem a Felipe familiar do antigo proprietário Sr. Roberto Lutfala. Seus loteadores foi João Caputo e João Batista. Umas das conquistas sociais – estação de trem Guapituba, distrito Policial, asfalto, água, luz, rede de esgoto, escolas, etc.

Pertencia também aos prados a área que conhecemos como Jardim Santa Lídia em homenagem a mãe de Cássio e Otávio Prado. No início de 1.977 se dizia no Jardim Santa Lídia que cada três meses, 100, 120 moradores do Jardim Santa Lídia se reuniam no centro de Mauá, para se confraternizar. 

 

Outro bairro de uma grande importância histórica é Jardim Oratório que já no inicio da década de 70, começa ser habitado por migrantes do ABC e oriundos de outras regiões do Brasil Mineiros, Paranaenses, e Nordestinos, vai compondo o Jardim Oratório.  Os lotes eram de 6X20. No ano 1.982 foram entregues 15 mil títulos de posse para a população. No mesmo ano foi formada uma comissão para assuntos sociais a Sociedade Amigos de Bairros SAB, que através deste trabalho auxiliava os necessitados de moradias.

 

Hoje o Jardim Oratório tem 25.771 mil habitantes e a 1° em território demográfico neste tipo de povoamento. É a 4° comunidade lote urbanizado do estado em número de moradores e 21°do País. Com 109 Ruas o Jardim Oratório fazia parte da antiga Fazenda Oratória que pertencia na década de 50 a Alcântara Machado.

Pedro Falchi era proprietário da chácara Falchi. Pedro era Italiano veio para Mauá com sua família depois de ter vendido sua fábrica de chocolate. No final dos anos 30 os Veszley a pedido dos Falchi alugaram cômodos, juntamente com sua família os Veszley vieram à procura de trabalho uma vez que após a primeira guerra mundial houve vários fatores sociais no qual um deles era a falta de oportunidades de trabalho.

 

Em 1.960, Pedro Falchi começa o loteamento o loteamento cerca 60.000 m² que integrava o sitio Bocaína. O primeiro registro que temos sobre os lotes é o processo 252/61. Outro processo da Vila Falchi é o de número 6.723/67. A casa dos Falchi serviu como a primeira Escola primaria do bairro, os cômodos eram usados para as crianças estudarem. Hoje a atual Escola José Ramos da Silva na qual foi inaugurada em 1.960.

 

Toda cidade seja ela grande ou pequena, tem seu inicio no centro. Mauá não está fora deste parâmetro, é nos grandes centros que surgi às primeiras economias locais. O centro de Mauá não diferente.

 

Na história política de Mauá, o dia 22 de Novembro é muito significativo. Nessa data, em 1.953, ocorria o plebiscito, por meio do qual o distrito de Mauá, integrante do município de Santo André, tornar-se-ia autônomo, isto é soberano político e a consulta popular cujos eleitores optaram entre sim e não frente à determinada questão de interesse público.

 

Historicamente, a Praça 22 de Novembro no inicio do século 20 era um grande lago, no qual foi chamado de tanque dos morelli, em homenagem a o industrial Bernardo Morelli que trabalhava no ramo ceramista.  A fábrica começou as atividades a partir de 1.904 até 1.916. Um pouco mais a frente Praça Senador Flaquer. A praça foi entregue e restaurada em quatro de Abril de 1.998.

 

O bairro matriz faz parte da história de Mauá. Pertencente a família Pedroso, os pedroso decidiram, enfim lotear. Fizeram bons loteamentos. Estes terrenos mediam entre 400, 500 metros quadrados. Com o desenvolvimento econômico da cidade os Pedroso venderam em média 10 mil lotes no centro de Mauá (segundo Américo Andreozzi, no qual trabalhou com os Pedroso). E que poderia até dizer que o conjunto de loteamento dos Pedroso forma o bairro Matriz. O loteamento tinha um responsável naquele Carlos de Campos Povoa marido de Odila, uma das filhas de Maria Pedroso, a dona Mariquinha herdeira de todas as terras em Mauá. Loteamentos surgiram no final dos anos 40 e no inicio dos 50.

 

Os registros da prefeitura mostram que o Bairro Matriz integra o setor 2. O processo e aprovação são de 1.952. Neste começo da década de 50, Mauá tinha uma média de 10.000 habitantes.

 

Segundo Américo Andreozzi o Jardim Haydée foi aberto em 1.952 por Cícero de Campos Povoa, que era casado com outra filha de dona Mariquinha, Haydée Pedroso. O loteamento possui diversos processos na prefeitura. Dois destes processos são de 1.955 e dois de 1.960. Foi sendo aprovado por partes, em 1.959 e1. 964.

 

Vila Noêmia, este loteamento tem processo e aprovação num único ano: 1.954. Fica no setor 4.Neste setor a prefeitura registra a subdivisão de Carlos de Campos Povoa e Odila Povoa,mas informa que não existe processo.

Jardim Primavera, este loteamento, do setor 14, foi aberto por Carlos de Campos e vendido ao casal Alberto e Alessandra Manette, que se encarregou das vendas. O processo é de 1.965, aprovado  no ano 1.971.

Jardim São Judas, também fica no setor 14. Pertencia a Carlos Campos Povoa e seu processo é de 1.971. Vila Assis 

Segundo, Américo Andreozzi conta, que os terrenos livres em todos estes loteamentos acabaram em meados de 70. É neste período que começo a migração para Mauá. Nesta época São Caetano do Sul estava com projeto de urbanização da cidade. Muito dos antigos Cortiços foram derrubados, dando lugar aos prédios e as especulações imobiliária, no caso Jardim Oratório que começa as ocupações no início da década de 70, juntamente com Jardim Zaira.  Mauá em 1.970 (Segundo Livro DE PILAR A MAUÁ) tinha 101.726 habitantes com uma taxa de crescimento anual de 13,4º % (60-70). 

 

A Vila Carlina, foi loteada em 1.965, em uma época em que ainda não era proibida abertura de loteamentos residenciais em Sertãozinho. Depois uma lei Municipal de número 1.446, de 1º de Dezembro de 1.975, “transformou” Sertãozinho em pólo industrial, proibindo a abertura de outros loteamentos residenciais. A Vila Carlina sobrou pioneira e solitária, sem perspectivas futuras. As indústrias foram chegando, “espremendo” a vila.

Vila Carlina, no parque industrial do Sertãozinho, integra o setor 27. Foi aprovada em 1.968. Integra o mesmo setor subdivisão do Sitio Sertão, que não possui processo na Prefeitura (dados de 1.985). O Sitio Sertão se espalha também pelos setores 28 e 29.

 

O Jardim Anchieta foi loteado nos anos 50 por Orlando Bocater. Em 1.956 o Jardim Anchieta, através do processo de número 426/56; alvará 196, de 3 de Novembro de 1.956.No dia 10 de Novembro de 1.961 foi fundado a Sociedade Amigos de Bairro do Jardim Anchieta.

 

Guapituba o loteamento junto á Avenida Capitão João. 575 lotes 159.610,19m²; áreas reservadas aos proprietários 26.014,86 m²; área doada pela prefeitura: 19.175,55 m² área das ruas, avenidas e travessas: 86.72,91 m². O primeiro lote foi aberto em 1.973. O Guapituba ocupa parte do setor 13. Foi aprovado em 1.974.

Vila Magini a vila tem este nome por causa da família Magini de origem Italiana, quem tocavam a usina de caulim (argila branca) do lugar. Nos arquivo municipais não consta processo relativo ao loteamento de Vila Magini. 

Vila Guarani existe registros das primeiras casas pertenceu aos Bernardi (Os Bernadis chegaram a Pilar no início dos anos 20) uma parte do bairro. O loteamento foi aberto em antigas terras dos Bernardi, já então a viúva de Domenico Bernardi DE Luigi, avô do ex- prefeito e ex- deputado Elio Bernardi.

 

Jardim Silvia e Sônia Maria, as três divisas, pode-se dizer era um dos pontos centrais da antiga Fenda Oratória, depois Fazenda da Juta, no Velho Município São Bernardo. Abrangia partes atuais de Mauá, onde no final dos anos 50, início dos nos 60, nasceram loteamentos Jardim Silvia Maria e Jardim Sônia Maria.

 

A Fazenda Oratória ia um pouco além, abrangendo localidades atuais como o Jardim Zaira, Vila Magini, Vila Santa Cecília. A fazenda Oratória pertencia a Antônio Queiros dos Santos, pai de Maria Queiros Pedroso, a dona Mariquinha, falecido em 1.923 e que foi um dos grandes proprietários de terra na região do ABC. 

Os registros oficiais mostram que o Jardim Sônia Maria fica no setor 23. Foi aprovado em1. 958. A Silvia Maria ocupa o setor 24. Seu processo é de 1.960 e a aprovação saiu em 1.961. O loteador era Raul Ferreira de Barros que em homenagem as filhas chamavam os lotes pelos nomes Sônia, Silvia, Ana.

 

Os mais antigos loteamentos de Mauá carecem de maior número de dados oficiais junto à prefeitura. Contribui para esta falta demais informações. Quando Mauá torna-se autônomo, muitos documentos ficam “retidos” em Santo André. Casos como o da Vila Magini, sabe-se de que o processo é de 1.939, no que sabemos é que o processo está sumido.

 

Vilas Morelli, Mercedes e Jardim São Jorge.

 

A vila Morelli, Mercedes e o Jardim São Jorge Guapituba fazem parte do setor 13, ao lado do Jardim Guapituba. Vila Morelli foi aprovada em 1.960 (processo de 1.959); Vila Mercedes mesmo caso. O Jardim São Jorge Guapituba foi aprovado em 1.969 e seu processo é de 1.965.

Vila São João loteamento e arruamento em nome de Orsino André Montesanti (Processo 371/54). Área total: 7.181m². Vila Ana Maria processo 8.576/51, de Arthur Gregori.

 

Vila Assis Brasil, processo 378/58 e 15,227/70, da Sociedade Auxiliadora Predial Ltda.

 Jardim Pilar, espólio (bens herança) de Carlos de Campos Povoa. Processo de aprovação de loteamento e arruamento: 831/59; alvará 619, de 11 de Julho de 1.960. Decreto 173, de 1º de Setembro de 1.960.

Parque Bandeirantes, Processo 417/56 indica que o loteamento pertencia a João de Biasi e outros. Aprovação pelo alvará 1.073, de 26 de Setembro de 1.962, e decreto 258, de 21 de Setembro de 1.962, comprazo de execução de um ano. Á época o loteamento não havia sido entregue.

 

Então o antigo Caguaçu (século XVIII), que virou Pilar em 1º de Abril de 1.883 e mais tarde torna-se Mauá em 1926; sempre foi rico em terras, argilas, pedras, eucaliptos além de uma base histórica que foi se compondo ao longo dos anos como podemos observar ao estudarmos.

MAUÁ é isto: Crenças, revoltas, Lideranças, Miscigenação, Culturas diversas. È nos bairros que surgem os líderes os futuros legisladores que com seu discurso mostra a força dos bairros, sem eles não teríamos democracia, direitos. É dos bairros que surge às reivindicações. 


 

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