Por William Puntschart
Lia Pântano é considerada docente símbolo do Viscondinho. Isto porque, após concluir em 1940 o primário, no antigo Grupo Escolar de Mauá, próximo á paineira, atuou como professora desde 1959 até obter aposentadoria em 1985, no novo edifício, para o qual fora transferida toda estrutura educacional daquele grupo.
De acordo com seu depoimento, obtido em 2002, na época em que estudou na escola da paineira o diretor era Argemiro Tondela e as docentes: Lyris Espíndola de Castro, Guiomar Rodrigues de Moraes, Mariana Mascagni, Ana Maria Prado Sampaio e Maria Amélia Évora.
De família ligada ao magistério, Lia concluiu, em 1952, o Normal na Escola Alexandre de Gusmão, no Ipiranga. Já, sua irmã, Maria Cecília Pântano atuou como coordenadora pedagógica e inclusive nomeia uma escola no Itapark.
Formada, lecionou na Escola Joaquim Nabuco, no salão da Igreja Matriz, após convite do Padre Antônio Negri. Desse período, recorda-se da amizade com a professora Maria das Graças Ventosa, ou carinhosamente D. Gracinha, e, também, da gratificação que recebera em razão do alto número de alunos aprovados fim do ano letivo. Vale destacar que, naquela época, o teste de leitura e demais fundamentos para aprovação eram aplicados pelo inspetor de educação, nomeado pela então Delegacia de Ensino.
Após lecionar no interior paulista, regressa a Mauá. Inicialmente, atua na Escola Mista na Chácara Falchi, próxima á Faculdade de Desenho. Moradora no centro ia e voltava de charrete pelos caminhos de terra.
Já de seu longo período no Viscondinho, destaca a importante atuação da primeira diretora, Maria Josephina Kuhlmann, tanto no processo de organização escolar, quanto na gestão para a tomada de decisões naqueles anos conturbados. Além disso, guarda com carinho o álbum com retratos de todos os ex-alunos.
Com propriedade, enfatiza que sua didática buscava incentivar o estudante, possibilitando sua participação em sala de aula, dessa maneira, acredita o ato de aprender se tornava prazeroso. Quanto à disciplina, adverte que o professor deve manter certa distância de seus alunos, além disso, observa que não era preciso gritar nem agredir e sim se impor por meio de atos educativos e exemplos positivos de atitude.