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Entrevista com o Prefeito Dorival Resende (1981)

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Prefeito de Mauá:  Dorival Resende de 1977 a 1983

 

Nessa entrevista cada pessoa escolhida fez uma pergunta ao então Prefeito da cidade Dorival Resende e o nome dessa pessoa aparece antes da pergunta, essa entrevista foi publicada na edição n°1 da revista ACIAM do trimestre: Outubro, Novembro e Dezembro de 1981

 

Sergio Neves e Cloves G. Gomes: Por que não cuidar do remodelamento do centro da cidade e da construção de calçadões?

 

Prefeito: Mauá é a cidade que mais cresceu na região metropolitana nos últimos 15 anos. Enquanto outras cidades crescem 2 ou 3% ao ano, Mauá sofre os efeitos da migração interna. Estamos  numa região mais que industrial. É pólo de esperança. Para cá vem uma população à procura de emprego e isso faz com que a cidade cresça a olhos vistos e nós não temos recursos necessários para dotar o município da infraestrutura que ele precisa. Então, para que possa dar à comunidade um mínimo de benefícios, temos que optar pelas prioridades e a nossa preocupação é com a saúde e a educação.

 

Apesar do crescimento impressionante que Mauá teve nos últimos 15 anos, não há uma só criança no município que não tenha a oportunidade de frequentar uma escola de primeiro e segundo graus.

 

Atendemos hoje 90% da população com rede de água e 50% com rede de esgoto. Temos funcionando no município nove postos de saúde. Em 1977, no inicio do nosso governo, só havia um Pronto Socorro Central  e o Pronto Socorro Municipal. São obras que julgamos prioritárias e à elas dedicamos nossa atenção. Além disso, já asfaltamos cerca de 1.000.000 m2 de ruas da cidade e já temos um atendimento de cerca de 80% de iluminação publica, levando mais segurança ao trabalhador e sua família.

 

Preocupa-nos muito a área central da cidade. Mauá, infelizmente, não tem o aspecto de uma grande e bonita cidade, todavia, quem anda pela cidade nota nossa preocupação com as áreas verdes, jardins e parques. Estamos remodelando alguns setores do centro e em 1982, iniciaremos a área central com a execução de calçadões, asfalto, além de uma iluminação feérica (Significado de feérica. O que é feérica: Maravilhosa, deslumbrante.) que irá proporcionar ao comércio melhores condições para o seu trabalho.

 

Jair a. Lima e Plínio A.Maya: Por que foi dado autorização para o comercio ilegal na Praça 22 de novembro?

Prefeito: É preciso que se diga, em primeiro lugar, que nenhuma autorização foi dada e que tal comércio não traz nenhum beneficio à prefeitura e muito menos à cidade. No quadro geral de desemprego que estamos vivendo, de âmbito nacional, temos que aprender a conviver com esse tipo de comercio que é “um salve se quem puder”, esperando a normalização econômica da vida nacional.

Esses elementos não tem sido, de fato, molestados pela Prefeitura o que não quer dizer que estamos coniventes. Não temos solução que possa fazer com que esses pais de família que vendem suas bugigangas, deixem de faze-lo.

 

Nossa expectativa é a de que melhore a situação nacional e que surjam empregos para essas pessoas a fim de que deixem de causar trasntorno ao povo e ao comércio.

 

Silvio Gubitoso: Porque os impostos de Mauá receberam taxação maior do que os de São Bernardo do Campo?

Prefeito: São Bernardo do Campo sempre teve uma taxação real, equitativa. Comparando os índices de Mauá com os de São Bernardo do Campo, em termos numéricos, veremos que, de fato, as taxas de Mauá subiram mais que as de São Bernardo. 

 

Ocorre que, antes desta administração, nunca houve a preocupação de se estudar uma taxação justa. Sempre houve em nosso município um paternalismo por parte dos prefeitos passados com respeito a taxação de impostos. Mauá era administrada como se fosse uma grande fazenda.

Hoje é administrada como uma grande cidade o que é, realmente.

 

Plínio A. Maya: Porque foi dado pela Prefeitura, autorização para a construção de favela no terreno pertencente ao INPS em Vila Magini?

 

Prefeito: A Prefeitura não tem poderes para utorizar o que quer que seja em terrenos pertencentes ao estado, à União ou ao INPS. Compete à Prefeitura zelar pela vida das pessoas que moram dentro do município e a área do INPS está localizada dentro dos nossos limites.

 

Compete-me, como prefeito, dar o mínimo de dignidade. Isso temos feito e continuaremos fazendo. Não podemos deixar marginalizada uma população de cerca de 15.000 pessoas que precisam de escola para seus filhos, postos de saúde, água e iluminação domiciliar. Temos dialogado com as autoridades, inclusive com a direção do IAPAS, no sentido de dotar a área do INPS de água e esgoto habitacional para agasalhar o que lá vivem.

 

Acrescentamos ainda que temos envidado todos os esforços no sentido de conseguir para Mauá mais um projeto Cura. É projeto com recursos do Banco Nacional de Habitação e que visa atender algumas área destituídas de infra estrutura básica. Temos, ainda, tramitado na Secretaria da Presidência da Republica um pedido de vinte milhões de dólares que acredito seja aprovado até fins de outubro próximo. Com esse dinheiro vamos dar infraestrutura e asfalto a vários bairros como Parque das Américas, Itapark, Vila São João e Itapeva. Conseguimos com a Caixa Econômica do Estado de São Paulo uma verba de Cr$ 150.000.000,00 que já está sendo aplicada em obras no final do Jardim Zaíra.  

 

Para 1982 a previsão orçamentária da Prefeitura é de Cr$ 3.600.000.000,00 acredito que teremos maiores recursos para darmos melhor aparência à nossa cidade de Mauá.

 

Dimensão: Com relação aos festejos natalinos, estamos informados de que houve um conversa informal entre o Prefeito e o Presidente da ACIAM, segundo a qual a Prefeitura irá destinar verbas para ajudar na decoração da cidade?

 

Prefeito: Tivemos realmente uma conversa informal à respeito. É preciso que a Associação tome desde já as providências necessárias fazendo um planejamento para embelezar o centro da cidade.

 

O que tem  acontecido  é que a Associação tem deixado para o ultimo mês as providencias. O processo burocrático da Prefeitura é lento e na maioria das vezes não tem dado tempo de a Prefeitura ajudar naquilo que pode, com relação a ACIAM e a cidade.  



 

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