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Entrevista com a Poeta de Mauá Lidiane Santana

Texto originalmente publicado no site “Mauá Fácil”, em 2013 por Lexy Soares

 

Para que não a conhece, Lidiane Santana é uma das integrantes do movimento literário de Mauá, fazendo parte do grupo Taba de Corumbê. Já participou de antologias de poesia, e está sempre escrevendo livros, e postando em seus blogs. VERBETES é seu segundo livro publicado. 

 

O primeiro, MÁCULA, também pelo Clube de Autores, continha apenas poesias, com um estilo forte e contundente. Seu estilo é marcado por não ser como a maioria dos novos poetas, que se preocupam com a forma, deixando o conteúdo de lado. Pelo contrário, ler um poema dela é ler uma obra com algo à dizer. Nem que seja um soco no estômago do leitor.

 

Em VERBETES, a variedade de modalidades artísticas não compromete a identidade do trabalho, pelo contrário. Encontramos um trabalho bastante maduro. E não apenas uma continuação do anterior, mas um livro com identidade própria. “Esse livro vai conter um pouco de minha prosa. Vou enveredar por um caminho mais dinâmico. Há uma mistura de linguagens muito presente.”, diz a autora. “Em Mácula, primeiramente, eu quis ressaltar, rememorar um movimento literário conhecido por mal do século que muito admiro. Textos curtos que expurgam a dor de forma viva, incisiva. Também quis experimentar várias formas poéticas do poema metrificado ao livre. No meu livro novo Verbetes há uma temática diferente. Eu diria que apesar da salada literária que ele apresenta (por conter num só livro aforismas, crônicas e poesia) é um livro mais leve, eu diria...”

 

Agora, leia um breve bate-papo com a poeta:

 

Seu novo livro tem poesia, prosa, fotografia, hq,... Porque essa "mistureba"?

Acho que a poesia não precisa necessariamente se limitar ao poema. No quesito arte, sou uma aventureira, gosto, como disse de experimentar várias linguagens, estilos, e formas de expressões. Isso deixou o livro mais dinâmico, tenho certeza que às vezes é entediante um livro muito linear... Eu quis promover uma libertinagem textual. Em suma, é isto.

 

E qual foi sua proposta com o Mácula?

 

Em Mácula, primeiramente, eu quis ressaltar, rememorar um movimento literário conhecido por mal do século que muito admiro. Textos curtos que expurgam a dor de forma viva, incisiva. Também quis experimentar várias formas poéticas do poema metrificado ao livre.

No meu livro novo Verbetes há uma temática diferente. Eu diria que apesar da salada literária que ele apresenta (por conter num só livro aforismas, crônicas e poesia) é um livro mais leve, eu diria...

 

 Falando no Mácula, como tem sido a repercussão?

Foi satisfatória. Meu grande empenho foi lançar uma semente e esta foi lançada. Teria logrado mais se tivesse trabalhado mais na divulgação, coisa para que, aliás, não tenho a menor paciência.

 

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Como você se vê como artista, e como seu estilo se enquadra no meio literário atual?

 

Não faço ideia do estilo atual. Misturo tudo. Experimento. Faço o que bem me dá na telha. Quer dizer, e daí se eu quiser escrever um soneto em pleno século XXI? Escrevo e pronto. Se eu quiser, faço rima, se não quiser eu não faço. Aliás, o barato disso é justamente fazer o que eu quero do jeito que quero. Não importa o estilo, a época, a forma. O que vale é saber se expressar.

 

Você se acha próxima de algum estilo, ou acha que o que faz é completamente diferente de todo mundo?

Leio muita coisa, mas procuro me inspirar e não me contaminar... Desde de que aprendi o conceito de dialogismo em que todo discurso é constituído com base no discurso de outro, não sei se há meio de fazer algo completamente original, acredito sim, que a diferença está mais no modo de se dizer do que no que se diz. Um artista pode pegar o tema mais batido: O amor. E falar dele da forma mais diferente do mundo...

Alguns poetas parecem que se preocupam mais com a forma que o conteúdo. 

 

Como usar as palavras acaba soando mais importante do que a mensagem, o que o poema diz. Não é o seu caso. Seus poemas tem algo a dizer. Isso é consciente?

Acho que há que se ter um equilíbrio. Não acho que isso é algo consciente, confesso que no início, nos meus escritos primavam por uma mensagem, depois busquei transmiti-las através de imagens. Hoje busco a harmonia. Também gosto de brincar com as palavras, com o som, enfim com a sinestesia que mexe com os sentidos do leitor. Acho que tanto um extremo quanto o outro não é poesia. Nem o escrito moralizante e panfletário, nem o poema oco, que é só um amontoado de metáforas e pedantismos. Haja vista, é claro que é preciso saber ler o poema. E esta incumbência é de responsabilidade do leitor.

 

Eu não posso deixar de falar sobre a HQ que fizemos juntos pra esse livro. O que achou da experiência de ver se texto adaptado?


 

Muito boa. É sempre bom uma parceria. Uma linguagem acrescenta vivacidade à outra. O texto se torna mais vivo.

 

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Atualmente, o livro Verbetes não está disponível. Mas Mácula pode ser comprado em versões impressa ou e-book através do site Clube de Autores, pelo link abaixo:

https://clubedeautores.com.br/livro/macula

E leia mais trabalhos da autora em:

https://www.facebook.com/roseirabrava.ls

https://www.recantodasletras.com.br/autores/lidianesantana

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