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É preciso destruir a Praça 22 de novembro?

 

 

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Fonte DGABC, 1987

Temos uma Praça no centro de Mauá que outrora era o ponto de encontro da juventude da nossa cidade, palco de peças de teatro e apresentações musicais, local de paquera e também da beleza da fonte luminosa, estou falando da Praça 22 de novembro, cujo seu nome remete a outro momento importante da história da cidade que foi a data da votação que referendou o sim e Mauá se tornou um munícipio autônomo.

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A Praça 22 de novembro na época que era o Tanque dos Morelli, acervo Museu Barão de Mauá


 

Mas a Praça que temos hoje tombada segundo consta no site da Prefeitura de Mauá:  V. Fausto Neves Morelli (Centro). Principal praça da cidade. Originalmente, ficava ali um tanque construído a partir de águas desviadas do córrego Capitão João, o Tanque dos Morelli, usado para produção na olaria local. Na década de 1940, foi batizada como Praça Senador Flaquer. Numa casa ainda hoje existente no logradouro, reuniu-se, entre 1952 e 1953, o movimento autonomista de Mauá. Em 1955, como homenagem a esses autonomistas, a praça é rebatizada em referência à data do plebiscito de emancipação da cidade, ocorrido dois anos antes. No início dos anos 1960, foram construídos um jardim japonês, uma concha acústica, um lago de carpas e uma fonte luminosa, que foram a “cara” da praça por muitos anos. A atual configuração da praça é de 1998. Tombada em 21/11/2003.

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Novo Terminal de Mauá, também chamado de Estação que avançará sobre a Praça 22 de novembro nessa obra fonte PMM


 

Em matéria do DGABC de 23/10/2021 recebemos a informação que a Praça 22 de novembro foi destombada pelo  CondephaatMA (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico de Mauá) segundo consta na matéria em fala do senhor Prefeito Marcelo Oliveira, o mesmo também falou posteriormente que a Praça será preservada.

Algumas pessoas podem argumentar que não se trata da mesma Praça que foi descrita no começo do texto e o que foi tombado foi outra Praça em 2003, vale lembrar que ouve no período um enorme esforço para se reconstruir a Praça que havia sido demolida em 1987, para quem não sabe ou não se lembra a Praça 22 de novembro original foi abandonada pelo poder público na década de 1980 e foi sendo desmontada aos poucos durante a década de 1980 até ser totalmente demolida em 1987, onde teve o Terminal de ônibus ampliado e o que sobrou da Praça se tornou um estacionamento. 

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Processo de "desmontagem" da antiga Praça 22 de novembro


 

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Processo de "desmontagem" da antiga Praça 22 de novembro


 

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Processo de "desmontagem" da antiga Praça 22 de novembro


 

Muita gente deve lembrar do periodo que o centro da cidade ficou sem a Praça 22de novembro e das dificuldades de trafegar por ali quando chovia, parecia que a cidade tinha perdido um pouco do brilho sem a sua tradicional praça no centro.

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Processo de reconstrução da Praça 22 de novembro  meados dos anos 2000
acervo PMM


 

Mas a Praça nem sempre foi igual, desde sua inauguração já passou por diversas "fases" e formatos sua Concha Acústica já foi em dois lugares diferentes e o Chafariz da Praça já teve 2 formatos também e na Praça já tivemos até quadra de esportes e brinquedos para crianças, e com o aumento dos bairros o Terminal Central também foi crescendo ali.

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Praça 22 de novembro na época de ouro em meados de 1974


 

A Praça 22 de novembro era basicamente o "quintal" da população de Mauá nos anos 1960 e 1970, pois era o ponto de encontro de todo mundo no centro, casais de namorados, ver um show ou peça de teatro lugar para se tomar um lanche, ver a dança de luzes da fonte luminosa, obras de Burle Marx, esperar começar a sessão do Symaflor ou ouvir música de LPs saindo das caixas de som ali instaladas.

Nos arredores do centro da cidade durante a época de ouro da Praça, Um imóvel ao lado da Paineira era demolido com o argumento que aquele local abrigava mendigos e muita sujeira, então ao invés de restaurar aquela antiga e primeira escola da nossa cidade foi decidido que a demolição seria a melhor opção em nome do progresso da cidade.

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Demolição da Escola da Paineira, de ordem surgiria o Viscondinho e Viscondão


 

Nesse meio tempo um casa quase veio abaixo também, mas como se tratava de uma casa bandeirista de quase 200 anos foi poupada depois dos estudos do Condephaat de São Paulo e se tornou um Museu.

No começo dos anos 80 manchetes circulavam na Voz de Mauá falando que a Praça 22 de Novembro havia sido abandonado e que agora tinha virado o ponto de encontro de mendigos, drogados, pedintes e toda sorte de pessoas e aos poucos com o passar dessa década foi perdendo seu espaço aos poucos, concha demolida, trechos sem gramas, tratores avançando na paisagem em nome do progresso da cidade.

Função social é o que falta para locais que se mostram "abandonados" e sujos pela cidade, simplesmente perdem sua vida útil e dão lugar a toda sorte de coisas, nossa querida praça foi abandonada pelo poder público e perdeu sua função social e aos poucos foi se deteriorando e afastando as pessoas que antes frequentavam ela.

Aumentaram o Terminal e destruiram mesmo com o protesto de vereadores e municipes o que sobrou daquela bela Praça que de outrora remetia a lembrança da infância e adolescencia e tinha sido abandonada pelo Poder Público em nome do progresso da cidade., e também em nome desse progresso não precisaria mais ter praça e sim um estacionamento no local, praça é coisa de cidade "antiga" "velha" "atrasada".

Ficamos sem Praça no centro e sem ar puro por ali por um bom tempo até o começo dos anos 2000 quando o centro foi remodelado e foi construída uma nova Praça com desenho diferente da Praça antiga que por algum tempo e gestões foi palco de diversas atividades no centro da cidade, sendo o poder público gestor de sua função social.

Com o passar do tempo a questão da função social do local voltou a tona com a praça novamente abandonada e sem atividades, seu chafariz já não funcionava mais, buracos e lixo por todo lado, ratos, sujeira e agora novamente a praça se torna um lugar desprezivel e que está atrapalhando o "progresso" da cidade já que as "familias de bem" já não vão mais a praça e sim os "mendigos" "trobadinhas" "pedintes" parece que parte da opinião pública voltou para o começo dos anos 80.

Qual será o melhor futuro para a praça? Destombada agora?

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Inicio das obras na Praça 22 de novembro


 

Iniciou-se uma grande remodelação do Terminal Central, que está se chamando Nova Estação, foram colocados tapumes na Praça 22 de novembro e vão aumentar o tamanho do terminal que se estenderá ainda mais na Praça 22 de novembro com camelódromos e etc.

Já que vão mexer na Praça de qualquer jeito, que tal trazer os elementos originais da mesma de volta ao desenho original? Trazendo de volta coisas como o Jardim Japonês que ainda existe ou outros elementos que ainda está guardados no almoxarifado na Prefeitura ou mesmo no Museu Barão de Mauá? Progresso e história deve andar juntos não adiantar pensar um sem pensar o outro.

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Fotos do antigo Jardim Japonês na Praça 22 de novembro em meados dos anos 1970,
 uma obra possível de ser restaurada na nova Praça 22 de novembro


 

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Fotos do antigo Jardim Japonês na Praça 22 de novembro em meados dos anos 1970,
 uma obra possível de ser restaurada na nova Praça 22 de novembro foto acervo PMM


 

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Fotos do antigo Jardim Japonês na Praça 22 de novembro em meados dos anos 1970,
 uma obra possível de ser restaurada na nova Praça 22 de novembro foto acervo PMM


 

A Praça 22 de novembro nos anos 2000:

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A nova Praça 22 de novembro construída no começo dos anos 2000 também era bem cuidada em foto do acervo da PMM


 

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A nova Praça 22 de novembro construída no começo dos anos 2000 também era bem cuidada em foto do acervo da PMM


 

Muitos aplaudem o "fim" da Praça atual alegando que a mesma é mal frequentada e suja, mas não seria esse o mesmo argumento que destruiu outros locais históricos de Mauá ou podem mesmo no futuro levar abaixo outros?

Nos ultimos anos (2017-2020) foi demolida sem motivo aparente a Concha Acústica da Praça da Bíblia , sua estrutura era nova não tinha nem 20 anos que havia sido construída e também a Casa da Juventude na Matriz e segundo consta os argumentos  foram os mesmos, está abandonada e os moradores de rua estão usando o local para dormir.

Não seria melhor revitalizar o local ou dar uma função social para o mesmo? Não melhor derrubar e não colocar nada no local é assim que muitos pensam, quem perde com isso é o povo.

Esperamos que a Praça 22 de novembro seja respeitada nessa nova obra no centro de Mauá e sua história se mantenha viva na memória de todos, progresso e história devem andar juntos, infeliz é o povo que não tem memória.

  

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