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As olarias de Mauá

William Puntschart

 

As olarias, antigas fábricas de louças de barro, tijolos, telhas e manilhas, são consideradas, juntamente com a extração de pedras, precursoras na história econômica da cidade. Ao consultar o Livro de impostos sobre profissões, importante manuscrito existente no Museu de Santo André, constatei que já em 1910 funcionavam, no antigo Pilar, atual Mauá, duas olarias. A de Bernardo Morelli, autor do primeiro plano de modernização econômica para o então distrito, e a Viúva Grande e Filhos no Corumbé, atual Zaira. 

 

Ao longo das décadas seguintes, principalmente devido ao solo rico em argila, instalaram-se inúmeras olarias em todo município. É o caso, por exemplo, da integrante da Sociedade Auxiliadora Predial Ltda., retratada abaixo, empreendimento de Clodoaldo Caribê e sócios, loteadores da Vila Assis Brasil. Por outro lado, ao entrevistar antigos oleiros, compreendi que o cotidiano de trabalho era árduo e insalubre. De fato, o processo de produção, em grande parte manual, envolvia várias etapas: desde o recolhimento do barro, enviado para a pipa, até o acompanhamento, durante dias e noites, da queima da lenha e o carregamento de caminhões. 

 

Por isto, esses trabalhadores, artesãos do barro, geralmente contraíam bronquite, reumatismo e, até, a temível silicose, grave doença pulmonar, caracterizada pelo fechamento das narinas, devido ao contato direto com o pó da terra.

 

Original: Maria Dorotti Lorenzo, ou a querida e atenciosa D. Mariazinha.

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