A pacata estação de Capuava foi despertada ao desenvolvimento, em outubro de 1948 quando se cogitou pela primeira vez na instalação de uma refinaria de petróleo naquela parte de Mauá, definida dois anos depois. E em 14 de fevereiro de 1951 a REFINARIA E EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO UNIÃO, adquiriu a gleba de 1.200.000 metros quadrados, junto da Estação de Capuava, pela importância de Cr$ 10.000.000,00.
Foi fundada por um grupo de financistas e industriais brasileiros num época em que a legislação permitia aos grupos nacionais particulares obter a concessão para construção e exploração de industria petrolífera. A principio a companhia que possuía um capital de sessenta milhões de cruzeiros, era para ser instalada no Rio de Janeiro com capacidade de dez mil tambores por dia. Mas imediatamente se compreendeu que o maior centro de consumo, São Paulo, representava um lugar mais adequado para a instalação da nova industria, que foi a origem do desenvolvimento de outras ligadas à Petroquímica.
O “pipeline” que haveria de conduzir o petróleo bruto de Santos para São Paulo, tinha de passar perto, visto a estrada de ferro permitir a ligação da usina com os grandes centros consumidores do Brasil.
Para sua realização, houve que dar lhe amplitude maior e encontrar novos capitais, o que foi feito por meio de lançamento de ações que elevaram o capital inicial de sessenta para trezentos milhões de cruzeiros, aumento operado graças à participação de doze mil acionistas e que assim fez da União uma das mais democráticas sociedades anônimas.
Sendo a primeira Refinaria de Petróleo do território paulista foi inaugurada no dia 18 de dezembro de 1954 as obras principiadas dois anos antes , e que já podia fazer face a uma parte do consumo do nosso Estado, tanto de gasolina como de óleo pesados.
A municipalidade andreense, a quem Mauá ainda se subordinava, deu a Avenida onde se encontra esta o nome de seu respectivo presidente, Sr. Alberto Soares Sampaio.
Naquele planalto de Capuava, alteiava-se e fumegava a torre de 87 metros sobranceira às unidades do “cracking”, Para realizar uma das industrias mais modernas do mundo (as mais velhas instalações datavam de 1946) foi necessário remover 1.300.00 metros cúbicos de terra, construir uma barragem de 15 metros de altura para montar o reservatório de água de 650.000 metros cúbicos de capacidade (as necessidades da usina em onze meses), desviar o rio Tamaduatei e instalar as centrais elétricas que fornecem a necessária energia. Teve de abrir uma estrada para o transporte de dezesseis mil toneladas de material comprado nos Estados Unidos da América, pela importância de quatorze milhões de dólares, cuja montagem foi dirigida por engenheiros norte americanos da Hidrocarbon Reasearch.
Funciona 24 horas por dia, parando apenas quinze dias por ano. Para garantir um abastecimento suficiente de petróleo bruto sem o risco de paralisar a atividade da refinaria, houve que prever imensos reservatórios.
Perto de Cubatão, dois tanques com a capacidade de 150.000 tambores, cada um recebia diretamente o petróleo bruto que uma companhia especialmente formada para este fim transportava nos seus dez petroleiros (o consumo de Capuava é um petroleiro todos os dias). Duas bombas fazem subir o petróleo por um oleoduto de 12” até Capuava, onde estavam instalados seis reservatórios com a capacidade de 150.000 tambores cada.
Deste modo, a refinaria pode armazenar 1.200.00 tambores ou seja o bastante para prosseguir em sua atividade durante dois meses sem necessidade de receber e recorrer ao exterior.
A parte propriamente dita da refinação divide-se em quatro operações feitas através de uma material considerável : 47 tanques, 39 grandes vasos e 24 pequenos, 15 torres, 136 bombas, 5 fornos, 3 reatores, 74 intercambia dores e condensadores, 15 compressores e 2 caldeiras de alta pressão. Para a produção da energia necessária, foram instalados três geradores com a potencia de 1,550 KWA cada um.
A refinaria que tinha de tratar, 20.000 tambores de petróleo bruto por dia (facilmente poderia elevar essa produção a 35.000 tambores), produziria então principalmente gasolina (60% do total). A produção far se ia também sobre vários outros produtos derivados como: Propana, Butana, Gasolina Comum, Óleo combustível 4, Oléo Combustível 5 e Gás Combustível Foe.
O ramal do Oleoduto Santos – São Paulo, partindo do KM 10 vai até a Refinaria abastecendo-a de óleo cru, de onde se fez também ligação com terminal de Utinga ( Santo André)